12 de mar. de 2010

Quando cheguei por aqui, me apaixonei de tal maneira, que saí fotografando tudo e todos que vi...
talvez por isso , esse blog pareça uma "colcha de retalhos"...
em terra de pescadores e bordadeiras, dar trabalho as mãos... bordando palavras, fotos e fatos daqui e de acolá...me parece ser  necessário...
a idéia é se misturar e aprender com essa
terra , cultura e gente...
e dividir com quem ainda não veio, ou se foi levando saudade... 
(uma homenagem a Sérgio, poeta)  

a rádio sobre rodas...

horário dos ônibus!!!

Horário dos ônibus
Rodoviária de Natal - Baía Formosa
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De Baía Formosa - Rodoviária de Natal
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11 de mar. de 2010

O crochê em Baía Formosa ...

A arte manual que pede paciência e delicadeza, ainda é a maior fonte de renda das mulheres da cidade. Com essa tradição fortemente mantida, é possível encontrar redees inteirinhas feitas a mão, roupas dos mais variados modelos, toalhas de mesa, colchas de cama... uma infinidade de rendas e bordados feitos com excelência .

A origem do crochê !

"A origem do crochê é incerta; ignora-se se  é chinesa (descoberta pela rota da seda), peruana, tunisiana, egípcia ou dinamarquesa.
Mas os primeiros trabalhos conhecidos como crochê remontam ao fim da Idade Média.Nesse período, religiosas ensinavam a técnica às jovens de famílias nobres; com o crescimento e a evolução dessa prática manual,o crochê tornou-se o passatempo predileto das damas da corte da Itália,da Espanha e da França.
 
Na Renascença e durante a época de Luís XIV a técnica se aprimorou, assim como a qualidade dos trabalhos.A Revolução Francesa propiciou indiretamente a difusão do crochê para todos os países da Europa (Irlanda, Inglaterra e países nórdicos) graças às famílias nobres que ali se exilaram, levando consigo esse conhecimento.
Mas o apogeu do crochê acontece na Irlanda do século 19, época que se transformou uma verdadeira indústria artesanal.
Com efeito, após a Grande Fome de 1846, dizem que a Madre Superiora de um convento daquele país pediu às irmãs que ensinassem a técnica às mulheres do povo, a fim de que pudessem trabalhar sem sair de casa.Essa iniciativa teve um sucesso fabuloso, assim surgiram as guipures da Irlanda, fabricadas à mão em Dublin e Belfast, e exportadas para o mundo inteiro, particularmente para a Inglaterra Vitoriana.

Essa renda servia para ornamentar roupas e a lingerie da corte, e com ela também se produziam pequenos objetos para os salões dos palácios.
Na França crescia igualmente o interesse pelo crochê, mas o trabalho feito à mão é progressivamente substituído pela produção industrial.
A técnica, que anteriormente passava de geração em geração, numa tradição que unia transmissão do conhecimento de forma oral e manual, passou a ser objeto de livros, nos quais se publicavam os pontos básicos seguidos de inúmeros projetos e modelos.
 
Assim, Mademoisellle Riego de La Blanchardière, depois de ter ensinado a técnica do crochê à corte da Rainha Vitória, publicou a primeira revista sobre o assunto: The Needle.
 
A moda do crochê mudou no fim do período Vitoriano, nos anos 1890.Já na era Eduardiana, a renda crochetada teve seu ápice entre os anos 10 e 20 do século passado, apresentando texturas e pontos mais elaborados.
 
As cores fortes cederam lugar ao branco e aos tons pálidos, exceção feita apenas quando a técnica surgia em bolsas.Nesse caso somavam-se fios de sedas multicoloridas e miçangas.
 
Após a Primeira Guerra Mundial, surgem poucos modelos de crochê em sua maioria versões simplificadas daqueles que fizeram sucesso no início do século 20.
Terminada a Segunda Guerra Mundial, os últimos anos da década de 40 até o início dos anos 60, há um ressurgimento da técnica, agora direcionada ao artesanato decorativo.Fazendo uso de fios coloridos e encorpados, surgiam tapetes, descansos de travessas, pegadores de panela etc...
 
Nos anos 70 popularizaram-se os grandes quadrados multicoloridos de crochê, que os hippies usaram num sem número de aplicações.Hoje ele reina sobre os objetos decorativos e ganhou enorme expressão nas passarelas da moda.

Tipos de crochê


Crochê filé: blocos de pontos altos intercalados com “vazios” caracterizam essa trama quadriculada.Alguns riscos simples de ponto cruz podem ser transformados em filé.
 
Crochê tunisiano.Usa-se uma longa agulha parecida com a agulha usada em tricô,porém com gancho na ponta.Cada carreira é feita em duas fases, a primeira da direita para a esquerda e a segunda, da esquerda para a direita, sem virar o trabalho.
Broomstick-lace: É um crochê apesar de ser feito com uma larga agulha de tricô.Na verdade essa ferramenta serve de orientação às laçadas sobre as quais será feita a nova carreira.Sua textura parece com o crochê de grampo.
 
Crochê de grampo ou grampagem: Aqui a ferramenta de sustentação é um grande “U” em madeira ou metal sobre o qual são tecidas faixas com a ajuda de uma agulha de crochê.Depois essas faixas são unidas com uma grande variedade de pontos crochetados.
Crochê duplo: feito com uma grande agulha com ganchos nas duas extremidades.Isso permite que você trabalhe as duas faces da trama, que ficará bem encorpada e, se quiser, em cores alternadas".

tradição familiar

Hoje preside o Centro Social Vânia Duarte

!

10 de mar. de 2010

cenas do dia a dia de BF


a tranquilidade e simplicidade dessa terra e gente formosa,
impressiona e cativa...

Filmado em Baía Formosa

Sonhos de Peixe (2006)

viajou o mundo...

Rússia / EUA / Brasil

Jusce, um pescador de lagostas de um vilarejo nordestino, é apaixonado por Ana, que só se interessa por uma vida sonhada por meio das imagens que vê em novelas da TV. Quando o velho amigo de Jusce, Rogério, retorna à cidade como bugueiro, a atenção da jovem fica dividida. Jusce conta com a ajuda se seus amigos pescadores para tentar, pela última vez, conquistar o coração de Ana. Locações em Baía Formosa, no Rio Grande do Norte.
diretor
Kirill Mikhanovsky


roteiro
Kirill Mikhanovsky


fotografia
Andrij Parekh


montagem
Adam Walsh, Nestor Klippning


música
Artur Andrés Ribeiro


elenco
José Maria Alves, Rúbia Rafaelle, Chico Diaz, Phellipe Haagensen, Yves Hofer, Demóclito da Silva "Nego"


produtor
Eliane Ferreira, Emanuel Michel, Jacob Michelson, Fernanda de Capua, Matias Mariani


produtora
Unison Films




world sales
Bavaria Film Fernsehlager


115 minutos
color, 35mm

4 de mar. de 2010

a origem de Baía Formosa

No  princípio era a floresta, com seu formato de estrela, suas lagoas, sua fauna e flora; eram as dunas, com sua vegetação nativa, suas areias douradas ; eram os rios, o mar...com seus peixes, lagostas, camarões e demais frutos. Os indios nativos, batizaram o lugar de ARETIPICABA nome de origem Tupi , de acordo com escritos de Câmara Cascudo.
De ara papagaio, e tibicaba tanque.
Temos portanto "Bebedouro dos Papagaios".
Curiosamente, no apógrafo espanhol da Biblioteca de Madri, existem  documentos disponíveis para pesquisa que não mencionam Aretipicaba e sim AZATIPATICANA. Já nos registros de Gabriel Soares de Souza, datados de 1587 , encontramos a seguinte descrição da costa local: " Entre um e outro rio está a enseada Aratipicaba, onde dos arrecifes para dentro entram naus francesas que fazem lá sua carga." Sabemos que a carga mencionada era o  Pau-brasil, e que nessa época, doze anos antes a fundação de Natal, já era habitada e também um promissor centro de produção.
No ano de 1612 o nome de Baía Formosa aparece pela primeira vez no mapa de "João Teixeira", enquanto que no mapa do holandês "Marcgrave" editado em 1643 , aparecem duas novas denominações para o lugar, Guaratapeiuba ou Baya Fermosa. Em meados do século XVII, quando deu-se por encerrado o corte Pau-brasil, Baía Formosa passou a ser área de pesca , "refrigério dos Albuquerques Maranhães e fazendeiros abastados das cercanias".
Em novembro de 1892, tornou-se município de Canguaretama. Em seguida foi construída a capela de Nossa Senhora da Conceição , e começaram as plantações de cereais, aumentaram a pesca, sobretudo de albacoras "abundantes e famosas pelo sabor, capturadas na técnica do corso".
Ainda segundo os registros de Câmara Cascudo; "o acontecimento mais lembrado na memória popular foi a matança de agosto de 1877" . Jõao de Albuquerque Maranhão Cunhaú (1835 - 1896), senhor do Engenho Estrela, latifundiário poderoso da região, foi a frente de grupo armado ao vilarejo desalojar todos os moradores, alegando posse indevida e dizendo-se propietário da enseada. E foi recebido pelo grupo de 14 pescadores "liderados por Francisco Magalhães " armados apenas com facas e cacetes,que enfrentaram em luta furiosa a escolta agressora em defesa de suas casas e famílias. Houveram seis mortes, incluindo a do filho do Sr. Cunhaú. Houve naquela época um processo e o próprio chefe de polícia Francisco Clementino de Vasconcelos Chaves, efetuou a prisão do acusado, mandante e participante da chacina. Submetido a júri em Canguaretama, foi absolvido em 1878.
No século XIX, no ano de 1894, apesar dos conflitos permanentes pelo domínio das terras da região, Baía Formosa já tinha uma povoação bastante elogiada, transformando-se oficialmente em  Vila no ano de 1953.
Mas apenas cinco anos depois, ganhou o título de cidade . Através da Lei 2.338, de 31 de dezembro de 1958 elevou-se a categoria de município, instalado já no dia 01 de janeiro de 1959. Assim sendo apesar de serem consideradas´propriedades privadas, os distritos do novo município passaram a ser: Pituba, Sagi, Coqueiro, Estreito e Pedrosa.

         (texto Nathalie Bernardo da Câmara )